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Engenharia genética – O sétimo dia da criação

Encarte pedagógico

A terceira revolução da biologia, com as descobertas da biologia molecular e o desenvolvimento da biotecnologia, proporcionou um biopoder ainda incalculável. Com os avanços no campo da genética molecular aumentaram as possibilidades de interferir no processo da vida, criando vegetais e animais “engenheirados” pelas diferentes técnicas da engenharia genética.

Se por um lado esses saberes e técnicas acenam com o aprimoramento da medicina preventiva e curativa, por outro exigem procedimentos de biossegurança diante dos riscos, dos possíveis efeitos colaterais indesejáveis, assim como também diante de comportamentos inescrupulosos e manipuladores cujas consequências são desastrosas sobretudo para as camadas mais pobres da população e para os países periféricos.

Por isso, mais do que nunca, os avanços da engenharia genética devem ser acompanhados passo a passo com as discussões de caráter social e ético.

224 páginas
ISBN: 85-16-04044-5

 

Fátima Oliveira

Médica e autora de artigos sobre bioética, genética e saúde da mulher.

 

Sugestão de atividade

O primeiro capítulo e o glossário do livro ajudam o aluno a entrar no estranho mundo da “mágica molecular”. O segundo capítulo pode servir para complementar os estudos da teoria evolutiva.

Proponha a seus colegas um trabalho interdisciplinar. O professor de história pode usar o capítulo 3 para iniciar uma discussão das relações entre ideologia e evolução, a partir das genéticas russa (fundamentada na igualdade), alemã e americana (baseadas na diferença) do início do século XX , que culminaram na eugenia do nazismo. A questão das patentes (capítulo 7) pode ser trabalhada com os professores de geografia e filosofia, a quem também caberiam as discussões sobre bioética (capítulo 12). O professor de biologia tem um vasto leque de escolhas, enquanto o de química poderia entrar com elementos mais técnicos de alguns conceitos dos capítulos 1 e 6. O grupo de professores poderá decidir um tema, uma problemática, como, por exemplo, a agricultura transgênica (capítulos 9 e 10). Uma atividade interessante, nesse caso, seria a pesquisa de produtos transgênicos em supermercados. Desde 2003 é preciso rotular alimentos com mais de 1% de transgênico (decreto 4.680/03), por meio de um triângulo amarelo com um T maiúsculo. Será interessante ver o resultado (provavelmente, a maioria dos alunos citará o óleo de soja, o que pode levar a uma discussão sobre a soja no Brasil, tema bastante polêmico e frutífero).